Com aparência de abandono duas praças serão reformadas em Cataguases

Principal cartão postal de Cataguases ao lado da ponte metálica, a Praça Santa Rita, patrimônio histórico tombado pelo Iphan – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – por sua arquitetura modernista, necessita urgentemente de uma reforma. Seu piso, em pedra portuguesa, está repleto de buracos, os bancos precisam de restauro no acabamento, a grama está irregular, sendo o lugar preferido pelos cães e, por fim, a fonte luminosa que encantou tantas gerações e visitantes não funciona há já algum tempo e em sua piscina há suspeita de vazamento. Seus equipamentos com mais de quarenta anos de uso, aliados à pouca ou quase nenhuma manutenção neste período, com os defeitos não corrigidos, tornaram-se obsoletos e a única alternativa possível para voltar a funcionar é a substituição de todo o seu maquinário.

Outro logradouro que também encontra-se em péssimo estado de conservação é a Praça José Inácio Peixoto, a pracinha da Vila Tereza, como é mais conhecida. Foi construída na década de cinquenta para abrigar um monumento em homenagem ao empresário José Inácio Peixoto pelo renomado arquiteto Francisco Bolonha, onde estão a escultura “A Família”, de Bruno Giorgi e o painel “As Fiandeiras”, de Portinari. Exceto o monumento que é mantido e conservado pela Companhia Industrial Cataguases, a praça não é mais um lugar para o convívio das pessoas que também não se sentem atraídas a apreciarem as obras de arte que ela abriga. Como mostram as fotos desta matéria, a grama desaparece paulatinamente dando lugar a formigueiros que surgem de dentro da terra ressecada. Alguns bancos perderam o revestimento de granito, há paus fincados simulando “traves” de gol e uma grande árvore foi cortada.

Este diagnóstico foi feito pelo Blog do Marcelo Lopes ao prefeito William Lobo de Almeida na última sexta-feira, 4, que após ouvir atentamente, pediu ao Secretário Municipal de Cultura, Esportes e Turismo, José Vitor Lima, atendesse a reportagem. Depois de conhecer os fatos apurados pelo Blog, o Secretário reconheceu o problema e revelou que a partir desta segunda-feira, 7, a Praça José Inácio Peixoto começará a ser reformada e, em seguida, o mesmo serviço será feito na Praça Santa Rita. “Tivemos alguns imprevistos que atrasaram o início destas obras como a autorização do IPHAN para que pudéssemos cortar uma árvore na Praça da Vila Tereza e também não conseguimos nenhuma empresa fornecedora de pedra portuguesa no processo de licitação que realizamos, o que só aconteceu há poucos dias”.

Outra novidade importante revelada por Vítor Lima sobre a reforma na Praça José Inácio Peixoto é que a obra será feita conforme projeto do arquiteto Francisco Bolonha. Durante um encontro com Marcelo Peixoto, diretor do Instituto Francisca de Souza Peixoto, há alguns anos, ele lhe entregou o desenho com as sugestões de como deveria ser feita a obra. Marcelo repassou, recentemente, o esboço à Secretaria de Cultura para que a próxima reforma seguisse a orientação de Bolonha. É o que vai acontece, garante Vítor. “Com isso a gente não vai apenas reformar a praça, mas vamos torná-la também uma obra de arte”, acrescentou o Secretário. Sobre a árvore cortada, ele informou que outra será plantada no lugar.

Na Praça Santa Rita o trabalho maior será a recuperação e nivelação do seu piso e a recolocação de pedras portuguesas que se soltaram. “Também teremos que recompor o acabamento em ladrilho dos bancos e melhorar o paisagismo no local, inclusive tratando das árvores frondosas lá existentes”, comenta Vítor. A fonte luminosa, porém, está fora desta reforma e o secretário explica o motivo: “Não conseguimos repor as peças e equipamentos. Comprar tudo novo é muito caro e o município não tem este recurso no momento”, explicou.  Ele revelou que a reforma se estenderá ao Calçadão, e que a partir do próximo ano as praças e lugares turísticos de Cataguases vão receber atenção especial porque serão mantidas com recursos do ICMS do turismo. “A Secretaria de Cultura vai assumir este serviço e já alocamos – inclusive – os recursos para este fim no Orçamento do Município de 2012”, concluiu. (clique nas imagens para ampliar)