quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Livro de Luiz Ruffato vai virar filme que será rodado em Cataguases

O livro do escritor cataguasense Luiz Ruffato “Estive em Lisboa e lembrei de você” (foto) deverá virar filme. A informação foi dada ao Blog do Marcelo Lopes, com exclusividade, nesta quarta-feira, 2, pelo cineasta português José Barahona  que chegou a Cataguases no último domingo. Ele vai dirigir a obra e esteve aqui para conhecer a cidade onde a história começa. Ainda sem data para iniciar as filmagens, ele revelou-se admirado com Cataguases. “Tive uma grata surpresa ao chegar aqui e encontrar uma cidade muito interessante. É marcante sua arquitetura e o contraste que Ruffato mostra em seus livros é muito perceptível”, constatou.
O livro que vai dar origem ao filme conta a história de Serginho, que mora em Cataguases e tem uma vida péssima, com problemas com a esposa e até a perda do filho. Assim, um belo dia, em conversa descontraída num bar, surge o assunto de ganhar a vida em Portugal. Ele, então, não vacila e, na busca de vencer na vida, juntar um bom dinheiro e voltar com um bom pé, muda-se para Lisboa. José Barahona diz que vai contar a história antes da migração para Portugal. “Todos nós sabemos como é a vida dos imigrantes nos países que os recebem. Mas a gente pouco ou quase nada sabe a respeito da vida deste imigrante em seu país. É isto que me chama a atenção e quero mostrar com mais ênfase neste filme, sem deixar, é claro, de mostrar como será a vida dele em Portugal”, explica.
Aliás, o filme será um pouco “documental”, como revela o diretor. “Pretendo trabalhar a ficção e a realidade de forma que mantenham um diálogo. Ou seja, quero misturar personagens fictícios com pessoas da vida real”, explica, acrescentando que o roteiro que está escrevendo “somente será concluído junto com o próprio filme”. Ele que troca e-mails com Ruffato “há mais de um ano”, mas o conheceu há apenas uma semana quando estive em São Paulo”, está otimista com o filme. “Este livro foi-me dado por um amigo e após lê-lo fiquei muito interessado em filmar esta história. Será um trabalho desafiador e ao mesmo tempo muito prazeroso”, prevê.
José Barahona (foto) tem 42 anos, é formado pela Escola Superior de Teatro e Cinema, tendo completado os seus estudos em Cuba e Nova York. Entre seus trabalhos estão Buenos Aires Hora Zero (2004), o curta metragem de ficção Pastoral (2004), premiado no Fantasporto e nos Caminhos do Cinema Português, em Coimbra, e o documentário Milho, premiado no CineEco (2009), em Seia. Agora ele está no Brasil também divulgando seu mais novo documentário, “Manuscrito Perdido”, uma co-produção luso-brasileira que vai contar a história de um manuscrito perdido que teria sido escrito por Fradique Mendes  um poeta e aventureiro português, amigo de Eça de Queiroz, que se instalara em uma pequena cidade ao sul de Salvador no final século XIX. O filme participou, recentemente, da 35ª Mostra de Cinema de São Paulo.

2 comentários:

  1. O livro é maravilhoso e por si só já parece ser mesmo um roteiro de filme, enxuto mas de uma profundidade ímpar.
    Mesmo para mim que durmo sempre muito bem, os tormentos ( e tormentas) da vida do Serginho tiraram-me o sono...
    Guilherme Magalhães

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  2. É muito bom saber que a obra de Ruffato chega ao cinema. Isso ganha uma dimensão fantástica quando a gente pensa que ele tem todo esse talento e conquistou todo esse sucesso, mas continua a mesma pessoinha do bem que sempre foi, o que o torna ainda mais especial no coração de quem o conhece e deseja que nem o céu seja seu limite!

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