
De acordo com a análise, realizada em um laboratório do Ministério da Agricultura, as amostras continham altos teores de sacarose (não natural do leite) e cloretos, substâncias que prejudicam a qualidade do leite. Conforme o documento policial, pessoas com dietas alimentares restritivas, como os diabéticos, podem ter sua saúde afetada. O cloreto também é altamente prejudicial à dieta alimentar de pessoas hipertensas.
Os responsáveis pela empresa foram indiciados e, se condenados, responderão pelos crimes de adulteração e falsificação de substâncias ou produto alimentício, com pena que varia de quatro a oito anos de reclusão.
Em junho deste ano, a Polícia Federal cumpriu mandado de busca e apreensão na Cooperativa dos Produtores de Leite de Leopoldina de Responsabilidade Ltda, que produz o leite LAC , como parte da Operação Ouro Branco II e encontrou indícios de "ingredientes" que tornam o leite impróprio ao consumo humano. Laudos periciais detectaram mistura com água, açúcar e, segundo o delegado Marinho Rezende, chefe da área Fazendária da PF, até "soda cáustica". A presença da soda se justificaria porque ela tem a capacidade de reduzir a acidez do leite. Já a mistura com água e sal aumenta tanto o volume do alimento quanto seu prazo de acondicionamento. Médicos alertam que as substâncias, dependendo da quantidade de "ingredientes", podem corroer o esôfago e causar gastrite, diarreia, náusea e vômitos. As substâncias foram encontradas no leite tipo UHT longa vida integral.
A Cooperativa de Leopoldina tem capacidade de produção diária de 300 mil litros de leite e abastece os mercados de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Nordeste. A Cooperativa prevê faturar este ano 10% a mais do que no ano passado e, para isto investiu recentemente R$ 15 milhões na construção de uma torre de secagem do produto. O objetivo é entrar no mercado de leite em pó, visando conquistar o mercado externo. A Cooperativa é presidida por José Nilton Gomes Barbosa.
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